quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Nossa língua está sempre em obras.

Vem aí mais uma mudança para a nossa língua que está deixando muita gente preocupada: a reforma ortográfica. Por que tanta preocupação? Nós não percebemos, mas as línguas são metamorfoses ambulantes, mudam de acordo com as necessidades dos usuários. Se você observar direitinho, o português do Brasil recebe influência dos estrangeiros (estrangeirismo), dos brasileiros das diferentes regiões do país (regionalismo), das pessoas do povo (da classe C), afora os neologismos e gírias que são incorporados à língua. Por uma questão de uniformidade houve algumas alterações na ortografia do português brasileiro como também na do lusitano. O brasileiro se adapta rapidamente às mudanças, e esta será apenas mais uma.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Quanto tempo!

Oi, pessoal!
Estou de volta.
Hoje li um texto no jornal "A FOLHA", na coluna social e resolvi comentá-lo.

"Numa iniciativa inédita, a UCI sede suas salas de cinema para apresentações
teatrais."

Houve o emprego inadequado da palavra sede. O substantivo sede foi empregado como cede do verbo ceder. Esssas palavras são homônimas.Na verdade o redator queria dizer "Numa iniciativa inédita, a UCI cede suas salas de cinema para apresentações teatrais.""Cede do verbo ceder que significa entregar, dar, e não sede que é a sensação da necessidade de beber, principalmente água.
É isso !

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Maiô

Sergio Rodrigues
www.todoprosa.com.br

A palavra “maiô” parecia destinada a ter sabor nostálgico para sempre. Nome de um traje feminino de banho inteiriço tornado conservador pela explosão mundial do duas-peças, ou biquíni, o maiô nunca desistiu de tentar rentrées periódicas. Foi necessária, porém, uma mudança de praia – ou piscina – semântica para que invadisse triunfalmente o século 21. Não mais como peça feminina, mas unissex. Não mais estrela em passarelas, mas artigo de alta tecnologia no esporte de competição.
“Maiô” foi resultado da aclimatação em português, em algum momento da primeira metade do século 20, do francês maillot. A palavra dava conta entre nós dos cada vez mais ousados trajes de banho femininos. Em sua língua original, maillot era um vocábulo vetusto, mas com diferentes acepções. Começara sua carreira no século 16 como sinônimo de cueiro ou fralda, pano de enrolar recém-nascido. Só no início do 19 surgiria a acepção de malha de balé, que, na primeira década do século passado, se expandiu para abarcar trajes colantes de banho. Maillot veio, em última análise, do latim macula, ancestral de “malha” e “mancha”.
A adaptação da grafia e o lugar confortável ocupado pela palavra em português nada têm de raros. Inúmeros vocábulos franceses no campo da moda e dos cuidados pessoais tiveram o mesmo destino em diferentes épocas, e hoje mal se pensa neles como galicismos: maquiagem, sutiã, jaqueta, broche, botina, soquete, laquê, lamê, manicure…
Alguém disse biquíni? Não, nesse caso a história é outra. O duas-peças herdou seu nome do Atol de Bikini, no Pacífico, onde em 1946 os EUA deram início a testes nucleares noticiados com estardalhaço, detonando uma bomba debaixo d’água. Naquela época, uma certa novidade indecente – portanto também explosiva – estava fazendo barulho na Riviera Francesa. O biquíni começou como metáfora.