domingo, 9 de setembro de 2007

Pecados da língua

Dez erros que comprometem a vida social e as pretensões profissionais de qualquer um.
1 Houveram problemas.
"Houve" problemas. Haver, no sentido de existir, é sempre impessoal.

2 Se ele dispor de tempo.
É erro grave conjugar de forma regular os verbos derivados de ter, vir e pôr. Neste caso, o certo é "dispuser".

3 Espero que ele seje feliz e vieram menas pessoas
Dois erros inadmissíveis. A conjugação "seje" não existe. E "menos" não concorda com o substantivo, pois é advérbio e não adjetivo.

4 Ela ficou meia nervosa.
"Meio"nervosa. Os advérbios não têm concordância de gênero.

5 Segue anexo duas cópias do contrato.
Atenção para a concordância verbal e nominal: "seguem anexas".

6 Esse assunto é entre eu e ela.
Depois de preposição, usa-se o pronome oblíquo tônico "mim" :"entre mim e ela".

7 A professora deu um trabalho para mim fazer.
Antes de verbo, usa-se o pronome pessoal, e não o oblíquo: para "eu" fazer.

8 Fazem dois meses que ele não aparece.
O verbo fazer indicando tempo é impessoal: "faz" dois meses.

9 Vou estar providenciando o seu pagamento.
O chamado "gerundismo" não chega a ser erro gramatical, mas é um vício insuportável. "Vou providenciar" é mais elegante.

10 O problema vai ser resolvido a nível de empresa.
O febrão do "a nível de " parece ter passado, mas ainda há quem utilize essa expressão pavorosa. Na frase em questão, "na" ou "pela" empresa são mais exatos e elegantes.

Veja,12 de setembro de 2007

O acordo ortográfico

A Veja desta semana nos traz a notícia de que a data do acordo ortográfico foi postergada. Esse acordo, que visa unificar a escrita do português nos países que o adotam como língua oficial(Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe), está deixando muita gente ansiosa. Milhões de brasileiros que já dominam a língua estão apreensivos com essa mudança. Será que essa unificação é realmente importante do ponto de vista da política da língua? As diferenças culturais estariam resolvidas? Pelo sim ou pelo não, Portugal não quis adotar a reforma ainda. Só três países, entre eles o Brasil, aceitaram o acordo. Mas como a matriz da língua, Portugal, não ratificou o acordo, é impossível haver unificação ortográfica.Os professores Pasquale Cipro Neto, Cláudio Moreno e Sérgio Nogueira se posicionaram contra a reforma, já que as mudanças no Brasil serão insignificantes e outras inadequadas como a do acento diferencial.